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Mulheres cristãs são alvo de violência e abuso na Índia
Relatório da Portas Abertas foi lançado para conscientizar sobre tema.
A organização Portas Abertas lançou um relatório chamado “Entre Quatro Paredes – Abuso Silencioso de Mulheres Cristãs na Índia”, mostrando a realidade da violência vivida pelas mulheres no país.
O relatório foi publicado para o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para combater a violência, morte e discriminação da mulher em todo o mundo, que se comemora anualmente todo dia 25 de novembro.
A especialista em perseguição de gênero da Portas Abertas Internacional, Helene Fisher, uma das organizadoras do relatório, disse que geralmente os agressores são os perseguidores da comunidade cristã, na tentativa de assustar os mesmos.
Segundo ela, “eles buscam causar o maior dano à comunidade cristã, com o menor risco para eles mesmos”, afirmou. O relatório mostrou que as mulheres e suas famílias não denunciam os abusos sexuais e físicos cometidos pelos agressores contra eles, pois temem uma retaliação.
Injustiça e impunidade
Na maioria dos casos os agressores sairão impunes, pois o próprio governo e as autoridades locais ignoram os casos de cristãos. “Qualquer cristão que desafie um crime enfrenta contra-acusações e todo ataque passa impunemente aos violentadores”, conclui Fisher.
As mulheres indianas já têm baixa representatividade política, social, legal e econômica no país, os agressores aproveitam dessa vulnerabilidade para atacar, estuprar e até matar as cristãs, de acordo com o relatório.
Acrescenta ainda que os incidentes contra cristãos indianos aumentaram cinco vezes entre os anos de 2014 a 2019, pontuando para as mulheres cristãs Dalit – a mais baixa casta social da Índia- são considerados imundos, intocáveis, pobres de intelecto e de espírito, totalmente segregados da população.
Discriminação por causa da religião
Um dos especialistas citou no relatório que as mulheres dalits cristãs apresentam duas vezes mais chance de serem estupradas do que as mulheres dalits hindus. Resultados baseados em mais de 2.300 incidentes contra mulheres e meninas cristãs entre 2016 e 2019, da violação da liberdade religiosa.
Além da violência as mulheres cristãs sofrem discriminação incluindo a negação de recursos da comunidade como alimentos e água, falta de trabalho, exclusão de bolsas governamentais e ensino, só recebem esses benefícios caso se convertam ao hinduísmo, negando a sua fé em Jesus.
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