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Médico abandona carreira para servir em países carentes

Médico atua em países como o Togo, onde tem falta de profissionais de saúde.

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Dr. Allan Sawyer (Foto: Reprodução/Arquivos Pessoais)

Dr. Allan Sawyer fez sua quarta viagem missionária ao Togo, com o objetivo de ajudar mulheres e crianças como ginecologista obstetra. Vale ressaltar, que o país em questão abriga 8 milhões de pessoas e cerca de 82% dessas, vivem abaixo da linha da pobreza.

De acordo com Christian Post, o Togo é um país que sofre com a falta de médicos. A estatística informa que são apenas cinco médicos para cada 100 mil habitantes, isso faz com que a expectativa de vida seja baixa. A exemplo disso, um homem médio vive até os 62 anos, e a mulher chega aos 67 anos.

Sawyer foi requisitado quando mal havia chegado ao Togo, estava ele ainda no hotel quando recebeu uma ligação.

“Precisamos de você na sala de cirurgia agora, doutor”, pediu uma voz com forte sotaque. O médico se disponibilizou e prontamente foi ao hospital.

O hospital em questão era o moderno “Hospital Esperança”, Sawyer esteve lá para atender um caso muito difícil. A paciente estava deitada, inconsciente e sangrando.

Foi realizado exame que constatou útero e bexiga rompidos, ocasionada pela cabeça do bebê. Infelizmente, a essa altura, foi possível detectar que o bebê não mais vivia.

A mulher estava em situação complicada também, mas Sawyer fez uma oração e iniciou a cirurgia que durou mais de 3 horas.

Sawyer voltou ao hospital, viu que a mulher estava bem e chegaram até a conversar.

“Deus te salvou” ele exclamou.

“Bem, Deus pode ter salvado minha vida, mas Deus lhe ensinou o que fazer para salvá-la. Obrigado, Dr. Sawyer”, disse ela ao doutor.

Nascido em San Francisco, Sawyer veio de uma família com pais profissionais na área da saúde. Matriculou-se na Universidade de Stanford como engenheiro industrial. No entanto, após participar de uma reunião cristã no campus, teve algumas dúvidas.

Na ocasião, o pastor questionou: “Se você se encontrar diante do trono de Deus, como você pode ter certeza de sua salvação?” “Você sabe o que seguir a Cristo realmente requer?” “Por que você precisa de um Salvador?” “Jesus já foi o Senhor da sua vida?”

Sawyer foi confrontado com essas perguntas, mesmo tendo crescido como episcopal. Ele tentou entender tudo o que o folheto da reunião ensinava.

“Isso tudo era tão estranho ao meu entendimento, pensei que se você fosse batizado ou confirmado e fosse à igreja, isso era tudo que ser cristão exigia. Este pastor estava falando sobre um relacionamento pessoal com Jesus quando eu nem sabia que era uma opção,” lembrou Sawyer.

Depois daquela noite, o jovem Sawyer aceitou Jesus como seu Senhor e Salvador. Apesar da aceitação, ele queria também validação.

“Se Cristo está realmente dentro de mim, quero que outras pessoas vejam isso e percebam”, pensou.

Tempo depois, um amigo conversou com ele a respeito de sua mudança.

“Alguém notou que você estava diferente! Um dos caras do dormitório apenas perguntou: ‘Ei, o que há com Allan Sawyer? Costumávamos chamá-lo de “Allan, o idiota” pelas costas, e ele mudou! Ele não é mais um!’” contou o amigo.

Era o que Allan precisava, pois nesse momento ele sabia que o Espírito Santo de fato o havia transformado.

Sawyer passou a frequentar a Igreja Presbiteriana local e desenvolveu seu relacionamento com Jesus. Num determinado domingo, um médico missionário levou a palavra e seu testemunho despertou algo diferente em Allan.

“Eu ouvi o Senhor dizer, ‘Allan, se você mudar de curso, você pode fazer o que ele está fazendo!’” disse Sawyer.

“Saí da igreja e imediatamente mudei meu curso na semana seguinte para biologia, o que imediatamente pareceu a decisão certa. Foi tudo devido a esse testemunho e Deus falando através dele para mim!” relatou ele.

Após receber seu bacharelado em mestrado em Stanford, Sawyer foi para a Universidade Oral Robert cursar medicina, no ano de 1984. Por lá conheceu Teresa com quem se casou em 1988.

Decidiu ser ginecologista obstetra, após ajudar um professor a fazer um parto em que os pais do bebê lutavam contra a infertilidade. Diante de toda a emoção daquele parto, o professor perguntou:

“Você quer fazer o que acabamos de fazer pelo resto da vida?” Sawyer acenou afirmativamente. “Então você realmente deveria ser um OB/GYN,” o professor insistiu.

Já como médico ginecologista, Allan abriu seu consultório em Phoenix, Arizona. Sua esposa Teresa, trabalhou na área financeira.

Um amigo de Allan o recrutou para fazer missões médicas através da Samaritan’s Purse, no ano de 2003. Diante do convite, Sawyer não poderia se esquecer do testemunho que ouvira anos atrás.

“Ele queria que eu fosse para Papua Nova Guiné com ele para uma viagem de três semanas. Perguntei: ‘O que vamos fazer?’ Ele respondeu: ‘Não sei explicar. Apenas vá comigo” disse o amigo.

Sawyer e o amigo chegaram ao país e encontraram alguns médicos trabalhando.

“Vimos centenas de pessoas com todos os tipos de doenças. Mas isso era tudo para mim; Eu sabia que havia encontrado uma organização onde eu poderia usar minhas habilidades para a glória de Deus de uma nova maneira” disse Allan.

Em 2005, Sawyer retornou à Papua, Nova Guiné e no ano seguinte serviu em um hospital no Quênia.

Questionado sobre o porquê o seu chamado ser especialmente à África, ele respondeu:

“Há simplesmente uma escassez de médicos treinados na África Subsaariana. Há muitos países onde há um cirurgião geral para cada 2,5 milhões de pessoas e um ginecologista para cada 4,5 milhões de pessoas. Além disso, a maioria dos hospitais de lá quer ser pago antecipadamente, então os pacientes morrerão nas escadas porque não podem pagar. Muitas vezes eles têm que viver com sua dor. Eu ouço muito a palavra “Inshallah”, que significa “se Deus quiser”. Eles aceitam que é assim e apenas vivem com isso. Mas é uma dificuldade incrível” explicou.

No ano de 2017, Sawyer vendeu sua clínica e passou a servir integralmente as missões médicas.

“Depois que encerrei minha prática, saímos com alguns amigos que perguntaram o que me fez decidir fazer isso. Respondi: ’70 por cento Deus me chamou e 30 por cento de frustração com a medicina americana”, disse ele.

Segundo ele, a frustração com a medicina americana, diz respeito ao aumento do custo na área da saúde e o número de médicos que permanece o mesmo.

“O modelo de saúde com fins lucrativos mudou de algo benevolente para uma máquina de fazer dinheiro. Isso simplesmente não é para mim”, disse Sawyer.

Sawyer realizou partos de 11 mil bebês antes de deixar a vida clínica.

Trabalhou em missões em Papua Nova Guiné, Quênia, Togo, Zâmbia, Camarões e Uganda.

Sawyer apoia o Samaritan’s Purse, e arrecada fundos para reformas e instalações dos hospitais onde atende.

“Ser um médico obstetra/ginecologista é tão importante para a fé”, acrescentou. “Dar essa esperança às pessoas que a perderam e fazê-lo em nome de Jesus é um privilégio” testemunhou ele.

Sawyer foi questionado sobre o que o motiva a continuar realizando as viagens missionárias médicas, e ele explicou dizendo:

“No filme Carruagens de Fogo, há uma cena em que o velocista olímpico Eric Liddell está conversando com sua irmã, Jenny, na Escócia, discutindo seu retorno como missionários à China. Ele diz a ela que pretende voltar, mas primeiro quer correr nas Olimpíadas. Acredito que Deus me fez para um propósito. Mas ele também me fez rápido. E quando corro, sinto Seu prazer. Acho que Deus me deu habilidades e aptidão para este trabalho, e quando vou servir em missões onde cuido de pessoas e parto de seus bebês, sinto o prazer de Deus”, concluiu.

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