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Igrejas padrão Disney

Tem hora que menos é mais.

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Disney. (Foto: Jayme McColgan / Unsplash)

Ainda nos meus tempos de agência ouvia muito a frase “menos é mais”. Ela também não é muito incomum no ambiente das igrejas, principalmente com a turma da adoração, os músicos, principalmente a turma adepta da tal “linha worship” com músicas de melódicas e harmonias mais simplificadas que, de fato, tem a capacidade de serem veículos mais acessíveis para o momento de louvor comunitário.

Mas queria voltar ao “menos é mais” da estratégia e da comunicação porque aqui, nessa coluna, esse é nosso assunto.

Estamos vivendo a era do “padrão Disney” nas igrejas. Quem já teve a oportunidade de visitar os parques da Disney vai começar a entender o que estou falando.

Tenho observado as igrejas preocupadas em criar gamas enormes de programas, projetos, atrações, eventos, seminários, ações, conferências… Todas com um padrão muito alto de entrega, de produção e de qualidade para um público que, cada vez mais, tem ficado exigente com relação a capacidade produtiva dessas comunidades.

Nossa turma vai rodando de programa em programa, de igreja em igreja, para tentar entender mais sobre sua espiritualidade e sua fé em busca de um encontro com o extraordinário. Em medidas proporções, é com ir de brinquedo em brinquedo – ao longo de um dia todo no parque – em busca de encontrar o Mickey (o ponto alto daquela experiência). E, se a expectativa não for cumprida, vai no Bush Gardens ou para outra igreja!

Mas ao olhar essa foto dos nossos tempos, me pergunto se estamos (como igrejas) nos fazendo entender sobre o que realmente é preciso ser propagado e propagandeado em termos de mensagem?

Será que nossa mensagem de fé e esperança está mesmo disponível nessa busca desenfreada do extraordinário e do acúmulo frenético de programas? Jesus era dado a grandes pirotecnias em seus ensinos e em sua atuação? Quando Jesus vai ao templo (Mateus 21: 12) e vê aquele monte de movimentos que tiravam o foco da fé das pessoas ali não nos faz nos remeter um pouco ao que estamos produzindo?

Tem hora que menos é mais. O extraordinário de Jesus foi feito na cruz e toda sua jornada foi feita por meio de ações ordinárias, do dia a dia, de ensinos claros e objetivos e de processos baseados em uma coisa: o amor.

Na linguagem do futebol, em maneira geral, estamos “fazendo fumaça e deixando a resenha difícil” de ser compreendida. Estamos construindo um ambiente aspiracional e intangível, separatista e elitista, nos esquecendo que Jesus veio para os Gentios, para todos! Estamos nos furtando a falar que cada pessoa precisa conhecer e amar a Jesus, amar e caminhar com outras pessoas e servir o próximo. Só isso!

O encantamento está na caminhada com Jesus e não nos esforços exaustivos de sua comunidade para fazer outros crentes felizes, satisfeitos. Essa correria deixa o processo confuso, rebuscado, cansativo (quando o extraordinário é o padrão)! Confie mais em Jesus e na caminhada do dia a dia. É isso que fará sua igreja ser mais saudável e seus membros mais próximos de Jesus!

Nasceu em São Paulo, casado com a Viviana e pai da Maria Luiza. Jornalista e publicitário com passagens por algumas das principais empresas do mercado editorial, de comunicação e multinacionais de publicidade no Brasil. É fundador da consultoria de comunicação para igrejas ChurchCOM e é autor do livro Marketing Cristão

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