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estudos bíblicos

Exortações finais na grande maratona da fé

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 12 do trimestre sobre “A supremacia de Cristo”

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Corredor. (Foto: Braden Collum / Unsplash)

A corrida proposta

Chegamos ao que os comentaristas da Bíblia chamam de “o clímax” do capítulo 11, ou seja, o ponto mais elevado e o desfecho da galeria dos heróis da fé de que o autor de Hebreus acabara de falar.

Depois de falar de muitos ícones da fé do passado que estão postos como uma referência para nós, o autor de Hebreus inicia o capítulo 12 dizendo que em razão de estarmos rodeado de tão grande nuvem de testemunhas, devemos nós também deixar todo peso ou embaraço e ainda o pecado que tão de perto nos rodeia para correr com perseverança a carreira que nos está proposta, fitando nossos olhos em Jesus.

Bem, já antecipamos em nosso estudo da Lição passada, que esta “nuvem de testemunhas” não se refere aos ímpios que nos observam de fora, no mundo, hoje. Antes, é uma referência aos servos e servas do Senhor, que “foram antes de vós” (Mt 5.12). Foram eles, os homens e mulheres de fé, que “alcançaram testemunho” (Hb 11.2), e, mediante o sacrifício de suas vidas, deram prova de que eram fiéis testemunhas do Senhor (At 1.8).

Isso não significa, como alguém possa sugerir, que os heróis da fé estão lá no céu olhando pra nós e gritando: “Vamos! Vamos! Vamos!”, torcendo por nossa vitória e vibrando por nossas conquistas ou mandando-nos alguma energia espiritual. Não!

David Peterson nos esclarece o significado desta “nuvem de testemunhas” que está a nos rodear: “Não devemos imaginar a grande nuvem de testemunhas no cp. 11 como espectadores num anfiteatro, torcendo e nos animando na corrida da fé”, e então Peterson cita Moffat: “O que nós vemos neles, e não o que eles veem em nós, é que é o ponto principal do autor”.

Peterson prossegue: “Eles são testemunhas (gr. martyres) da fé verdadeira para nós porque Deus ‘testemunhou’ (…) da fé que eles tinham nas páginas da Bíblia. Eles demonstraram a natureza e a possibilidade da fé para os crentes em todas as gerações. Como competidores numa corrida, devemos olhar para o exemplo deles para encorajamento” (1).

A figura comum, especialmente no capítulo 12, é a de uma corrida típica dos jogos gregos (de quem vêm as Olimpíadas). O autor, como Paulo também costumava fazer (Conf. 1Co 9.24-27; 2Tm 2.5), traz a ilustração da corrida de atletismo para falar de uma realidade espiritual:

  1. devemos estar bem treinados espiritualmente, inclusive suportando a disciplina do Senhor (12.7-11)
  2. temos que abrir mãos dos excessos de peso (Hb 12.1: “todo embaraço”)
  3. não podemos nos distrair com o pecado em volta de nós (12.1: “pecado que tão de perto nos rodeia”)
  4. precisamos tomar tanto os heróis da fé do passado (cap. 11), quanto nossos pastores e guias ou líderes espirituais (13.7,17), e ainda especialmente nosso Senhor Jesus (12.2-3), como referenciais de uma corrida bem-sucedida.

E uma última lição nesta metáfora da maratona: como não estamos competindo com nossos irmãos para chegar na frente deles e disputar lugar no pódio (“apenas um ganha o prêmio” – 1Co 9.24), antes, corremos ao lado deles no objetivo de sermos todos vencedores com Cristo (Ap 3.21), então não devemos descuidar no auxílio aos demais “corredores” que se demonstrarem fracos ou cansados no meio da maratona da fé (12.12-15).

Eles não são nossos adversários, mas companheiros de corrida! Em razão disso devemos “levar as cargas uns dos outros” (Gl 6.2) e “não buscar o seu próprio bem, mas si o dos outros” (1Co 10.24).

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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