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vida cristã

Ex-jogador da seleção de futebol de areia é pastor na Rocinha

Benjamin, acostumado a usar roupa de esporte, troca seu estilo pela roupa social quando vai ministrar na igreja.

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Benjamin Pereira da Silva (Foto: Reprodução/Instagram)

O ex-jogador Benjamin Pereira da Silva, atuou na seleção de futebol de areia nos anos 2000 e, desde então tem ganhado o carinho e admiração dos fãs da modalidade.

Atualmente com 53 anos, o ex-atleta é pastor de uma igreja na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro.

Benjamin, acostumado a usar roupa de esporte, troca seu estilo pela roupa social quando vai ministrar na igreja.

“As pessoas ficam olhando… Falam: ‘É o Benjamin, do futebol de areia’. Mas veem a Bíblia, e começa a curiosidade, acham maneiro”, contou ele, em entrevista.

O atleta é lembrado pela sua excelente trajetória e sempre encontra com fãs que comentam como ele está diferente hoje.

“Como você mudou? Eu lembro de você no Esporte Espetacular”, lembrou o atleta.

“Tinha um glamour, mídia. O futebol de areia era uma febre. As pessoas dormiam na fila para assistir aos jogos. Elas me reconhecem pela minha trajetória, e ficam curiosas ao me verem. As pessoas falam que não envelheço, mas o remédio é papai do céu”, disse o pastor, rindo.

Benjamin se converteu após parar de jogar, e iniciou seu ministério como pastor em 2016. Ele trabalha auxiliando dependente químicos residentes na comunidade.

“Fui usuário de maconha por muitos anos. Era aquela coisa de zoeira, de jovem. Quando o Benjamin Jr. nasceu, eu quis parar e não consegui. Ali eu vi que estava no estágio do vício. Eu achava que controlava, porque usava um ano, ficava outro sem usar, voltava a usar, parava outros meses. Mas quando eu mais quis parar, em 1994, não consegui”, afirmou ele.

“Que luta, irmão, que batalha travada. O esporte não tinha antidoping no começo, depois passou a ter. Eu tinha que me policiar, ficar um período sem, naquela coisa de se esforçar, de abstinência”, comentou.

Benjamin contou com a fé e com o apoio da esposa para se libertar do vício.

“O problema era à noite, quando eu não conseguia comer, dormir e tinha que usar. Em época de jogo, era complicadíssimo. Eu orava muito, minha esposa, que está comigo há 30 anos, foi meu porto-seguro”, relatou.

“Fui nascido e criado em comunidade, presenciei muitas coisas. Nunca fui para clínica de reabilitação, mas sou uma testemunha viva de que dá para sair dessa”, declarou.

O pastor também usa sua trajetória no esporte para educar e inspirar as gerações mais novas.

Juntamente com o ex-jogador Juninho, seu parceiro na seleção brasileira, eles atuam no Projeto Grão de Areia.

A ação atende cerca de 100 crianças, de seis a 15 anos de idade, usando o esporte como ferramenta de transformação social.

“O que me motivou foi o fato de ser um projeto social de olho na formação do cidadão, de inclusão, o que mexeu muito comigo. Não estamos procurando atletas de alto rendimento. O mais importante é formar o cidadão. Dali pode sair um jornalista ou um advogado”, ressaltou Benjamim.

“No treino, eu ensino bicicleta, elástico, passe, chute, mas depois eu passo a eles a minha experiência pelos lugares que rodei pelo mundo, pelas pessoas que eu conheci, por tudo o que vivi. Converso a respeito de assuntos que englobam a educação, a humildade, o foco, a oportunidade dada. A maioria é de área carente. Há classe média também, porque a ideia é misturar os universos. É gratificante demais”, concluiu.

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