vida cristã

“Estamos voltando à igreja primitiva”, afirma bispo

Robson Rodovalho fala sobre o papel da igreja em meio à pandemia e o que Deus está dizendo ao mundo.

em

Bispo Robson Rodovalho. (Foto: Reprodução / Facebook)

Continuando a nossa série de entrevistas com líderes e pastores de diversas denominações para entender o momento que estamos vivendo, como a igreja deve se portar e o que Deus está dizendo ao mundo, conversamos com o bispo Robson Rodovalho.

Rodovalho é casado com Maria Lúcia, pai de três filhos e avô de quatro netos. É fundador e presidente da igreja Sara Nossa Terra. É graduado em física e teologia e PHD em ensino de teoria quântica e espiritualidade. Autor, já escreveu mais de 80 livros, entre eles, Ciência e Fé – O reencontro pela física quântica.

Para o bispo, a sociedade está profundamente abalada, ansiosa e depressiva em meio à quarentena e, nesse momento, a igreja precisa “ocupar esse espaço urgentemente”.

“Ser uma voz tranquilizadora” e mostrar “a paz que o evangelho traz, o amor de Deus, a confiança e a serenidade”.

Além disso, a igreja também deve “entender e discernir o momento espiritual”, “ler os sinais que Deus está mostrando” e o que o Criador quer “fazer com nossa geração e sociedade”.

“Muita gente não consegue entender os planos e propósitos de tudo que está acontecendo”, enfatiza.

O que podemos aprender?

“São momentos de purificação”, pontua. Os acontecimentos transcendem todas as possibilidades naturais e superam as expectativas dos homens, diz Rodovalho.

“Deus não permitiu o vírus, Deus não criou isso… ou veio do laboratório -já se cogita isso aí – ou veio de uma quebra de limites e abusos das leis da natureza”, frisa o físico.

O pastor ensina que os “verdadeiros valores da vida humana” estão sendo revelados em meio à pandemia e lista a “família, medição e a paz” como alguns dos mais importantes. Ele fala da correria do dia a dia na sociedade atual e a chama de “coisas efêmeras”.

No fim, o que sobra são a “fé, seu amor por Deus, pela sua família e sua autoridade espiritual”, diz. A igreja precisa aprender a se tornar “menos materialista e mais espiritual”, acredita.

O que se modificará?

“A igreja nunca mais voltará a ser a mesma”, afirma e acrescenta que a vida humana seguirá o mesmo caminho. “Estamos descobrindo que muita coisa não é essencial”, observa e lembra que o “supérfluo irá embora”.

Para o teólogo, os acontecimentos de hoje remetem à igreja do livro de Atos. “De alguma maneira voltamos à igreja primitiva”.

Ele cita que, por causa da perseguição, a igreja não tinha liberdade para se reunir fisicamente. E isso traz à tona que “a igreja é maior que o templo”.

Bispo Robson Rodovalho. (Foto: Reprodução / Facebook)

Estamos preparados?

“O mundo demanda muitos cuidados”, lembra. O líder da Sara Nossa Terra rememora o início da era cristã onde os cristãos eram fundamentais em meio à pestes e epidemias. “Era a igreja quem cuidava dos abandonados”, pontua.

“A igreja foi importantíssima porque ela abrigou doentes e feridos”, complementa. Hoje, o mundo mudou e algumas situações envolvem finanças, tecnologia, medicina e hospitais, cita para dizer que o papel da igreja é mais espiritual.

“Está todo mundo refletindo sobre o que é a vida”, observa, e, é a igreja quem tem o evangelho, “se ela se calar, quem vai falar?”, questiona. “Precisamos construir pontes para além dos nossos muros e dos nossos membros”, enfatiza.

O que Deus está dizendo?

“Está nos chamando para purificação”, afirma. “Toda quarentena na Bíblia é purificadora e ela conta muitas delas”, diz citando os exemplos de Moisés, Elias, Davi e Jesus.

“É tempo de voltar às razões principais, aos propósitos maiores da existência humana”, assevera. “Eu espero que possamos ouvir a Deus e sair dessa quarentena mais humanos, mais espiritualizados e menos materializados”, exclama.

“Nós vivemos uma geração de deboche completo dos nossos valores cristãos – não só do ponto de vista secular, mas dentro da própria igreja”, lamenta.

Finaliza dizendo que “precisamos purificar nosso coração, valores, visão e a prática eclesiástica”. “Bem-aventurados aqueles que entenderem que esses dias não são um acidente, mas têm um propósito de purificação da igreja”, conclui.

Trending

Sair da versão mobile