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Cristãos expulsos no México retornam para suas casas após 5 meses
O retorno foi facilitado por um acordo mediado pelas autoridades estaduais e municipais, segundo um relatório da organização Christian Solidarity Worldwide .
Após cinco meses de deslocamento forçado, mais de 150 cristãos protestantes, incluindo 70 crianças e bebês, finalmente retornaram às suas casas no estado de Hidalgo, no México. O retorno foi facilitado por um acordo mediado pelas autoridades estaduais e municipais, segundo um relatório da organização Christian Solidarity Worldwide (CSW), sediada no Reino Unido.
Segundo The Christian Post, o acordo foi alcançado entre a comunidade protestante deslocada e as autoridades locais de Rancho Nuevo e Coamila, no município de Huejutla de Reyes. O conflito religioso, que envolveu graves violações da liberdade de crença, havia se intensificado em 26 de abril, quando líderes das aldeias, majoritariamente católicos romanos, cortaram o fornecimento de eletricidade, vandalizaram uma igreja protestante e impediram o acesso dos fiéis protestantes a suas casas.
Durante o período de deslocamento, as famílias protestantes enfrentaram condições extremamente precárias. Elas foram abrigadas inicialmente em um prédio municipal e, posteriormente, em um complexo esportivo, onde dependeram de igrejas locais para alimentação e usaram água do rio para higiene, resultando em um surto de doenças e infecções.
O governo municipal recém-eleito agiu para resolver a crise, com a intermediação do Secretário de Estado de Hidalgo, Guillermo Olivares Reyna, e da Diretora de Assuntos Religiosos, Margarita Cabrera Román. O acordo incluiu a restauração dos serviços de eletricidade e água nas casas dos protestantes e o compromisso de que a comunidade religiosa retomaria as contribuições para os fundos comunitários, interrompidas desde 2015.
Outro ponto importante do acordo foi a suspensão de uma investigação criminal contra os responsáveis pelo deslocamento, dando às vítimas a oportunidade de avaliarem suas propriedades e acessarem programas de ajuda do governo, se necessário.
Pablo Vargas, diretor nacional da organização Impulso18, elogiou a resolução: “Estamos satisfeitos em saber que mais de 30 famílias de minorias religiosas puderam retornar a suas casas em Coamila e Rancho Nuevo, e reconhecemos os esforços do estado e dos novos governos municipais para defender a liberdade de religião ou crença para todos.”
Anna Lee Stangl, chefe de advocacia da CSW, também destacou a importância do acordo como um exemplo de proteção da liberdade religiosa no México: “O acordo mediado pelos governos estaduais de Hidalgo e municipais de Huejutla, e acordado pelas autoridades de Coamila e Rancho Nuevo, demonstra o que pode ser alcançado quando há vontade política e investimento de recursos.”
A intolerância religiosa em comunidades como Rancho Nuevo e Coamila é amplamente influenciada pela Lei de Usos e Costumes, que permite que comunidades indígenas se autogovernem de maneiras que muitas vezes entram em conflito com os direitos humanos garantidos pela Constituição mexicana. Embora a liberdade de religião seja garantida constitucionalmente, sua aplicação é fraca, resultando em conflitos recorrentes em algumas regiões.
Historicamente, as autoridades locais pressionam as minorias protestantes a participarem de festividades e práticas católicas romanas, o que frequentemente leva a violações de direitos humanos, como deslocamento forçado e violência.
Além da perseguição em comunidades tradicionais, o México tem visto um aumento na perseguição contra cristãos devido à violência dos cartéis de drogas. De acordo com a organização Open Doors USA, o México subiu no ranking da World Watch List, que monitora a perseguição religiosa ao redor do mundo. David Curry, presidente e CEO da Open Doors USA, destacou que a perseguição contra cristãos no México, especialmente pelos católicos tradicionalistas, lembra a “violência de clã”, similar ao que ocorre em comunidades rurais praticantes de religiões populares.
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