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opinião

A corrupção nossa de cada dia

A Bíblia ensina que o caráter corrompido vem desde o Éden

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Nos últimos meses, o brasileiro se acostumou a ver uma sequência de denúncias que revelam numerosos esquema de lavagem de dinheiro, desvio de bilhões em empresas públicas e a prisão de empresários e políticos. Os casos têm sido noticiados no mundo todo. A revelação desse verdadeiro “mar de lama” colaborou para o afastamento da presidente e gerou em grande parte da população um sentimento de impotência e revolta.

Contudo, a ideia de corrupção não é nova. Certamente não é recente e tampouco foi inventada por um partido em especial. O que muitas vezes falhamos em reconhecer – ou temos vergonha de admitir –  é que isso sempre existiu. Na queda o homem no Jardim do Éden, a Bíblia mostra ocorreu uma grande “corrupção”, que foi o pecado. A palavra vem do latim “corruptio”, sendo derivada do verbo “rumpere” (romper, quebrar). Logo, corromper ou ser corrompido significa romper com o propósito eterno de santidade.

Existem várias advertências nas Escrituras sobre isso. Os profetas do Antigo Testamento clamavam para que o povo de Deus não caísse nesse erro.  Por exemplo, Isaías 33:15 e 16 diz: “Aquele que anda corretamente e fala o que é reto, que recusa o lucro injusto, cuja mão não aceita suborno, que tapa os ouvidos para as tramas de assassinatos e fecha os olhos para não contemplar o mal, é esse o homem que habitará nas alturas; seu refúgio será a fortaleza das rochas; terá suprimento de pão, e água não lhe faltará”. Já Eclesiastes 7:7, traz a advertência: “A opressão transforma o sábio em tolo, e o suborno corrompe o coração”.

O capítulo 3 de Lucas mostra que isso não muda no Novo Testamento. Quando chegaram os cobradores de impostos (funcionários públicos) para serem batizados por João Batista, ouviram dele: “Não peçais mais do que o que vos está ordenado” (vv 12-13). Quando chegou a vez dos soldados (funcionários públicos),  a ordem foi:  “contentai-vos com o vosso soldo”. (v. 14). Ou seja, eles cometiam essas formas de corrupção que em nada diferem das que vemos hoje em dia.

No campo da teologia, Elias Hendrikson explica que os estudiosos sérios “concordam que existem três níveis de atuação maligna para corromper a humanidade”. Eles reconhecem que são níveis ou reinos malignos liderados por poderes demoníacos. O primeiro reino influencia o indivíduo, afetando-os psicologicamente, espiritualmente e fisicamente. O segundo reino é especializado em corromper a cultura dos povos. O terceiro reino atinge as estruturas sociais corruptoras e corrompidas, que caracterizam o reinado de um principado diabólico.

Sendo assim, como vivemos no mundo estamos cercados de corrupção. O que faz diferença é como lidamos com ela. Existem pequenas corrupções que são visíveis no cotidiano. Seja furar uma fila, propor um “cafezinho” para se livrar de uma multa, deixar de pagar o Imposto de renda, roubar sinal de TV a cabo, comprar produtos falsificados ou ainda bater o ponto pelo colega de trabalho.

As escrituras nos advertem que os filhos de Deus precisam ser diferentes. “Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos”, ensina Paulo Romanos 12:17. Em 1 Timóteo 2:2 somos desafiados ter “uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade”. Esses ensinamentos básicos da vida cristã são, de fato, um grande desafio para todos nós, pois somos falhos. Contudo, como crentes renascidos, temos a mente de Cristo e devemos pensar como ele pensa!

O combate à corrupção começa pelo nosso próprio exemplo. Não podemos afirmar que somente quem ocupa cargos políticos é um corruptor.  Por fim, peço que reflitamos nas palavras do apóstolo Tiago: “A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1:27).

Pastor da catedral da Assembleia de Deus em Cabo Frio, casado com Michelle Gonçalves, formado em direito, filosofia e teologia.

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