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Ateísmo cresce no norte da África, onde maioria é islâmica

Novos debates no Marrocos levam a população a cada vez mais desistir da religião.

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Marrocos
Marrocos (Foto: Louis Hansel/Unsplash)

Países do do Norte da África vivem uma realidade parecida com as que atualmente tem afetado os países de tradição cristã da Europa Central e Ocidental, com um crescente desinteresse pela religião.

Segundo a reportagemestudo feito pelo grupo de pesquisa Arab Barometer, do Marrocos, um país onde o Islã é a religião oficial do Estado e o rei é considerado o “comandante da fé”, cerca de 15% da população se identifica como não religiosa, um percentual que era de apenas 5% em 2013.

O autor Youssed El Kaidi afirmou em um artigo da revista online Inside Arabia que o Marrocos é uma sociedade amplamente conservadora e religiosa, que o ateísmo ainda é um tabu, e que o fenômeno embora cada vez mais marcante, ainda é quase totalmente evitado pela maioria da mídia oficial.

El kaidi destaca, que muitos estudiosos mulçumanos atribuem esse fenômeno à desilusão pós-primavera Árabe e as aspirações fracassadas de milhões de jovens que saíram às ruas em busca de democracia, direitos humanos e igualdade de oportunidades.

Além disso, ele também explica que outros intelectuais mulçumanos atribuem o fenômeno a incapacidade do discurso religioso tradicional de apelar às expectativas dos cidadãos globais modernos.

No Marrocos, a fé nos líderes religiosos caiu cerca de 45% em 2013 para 25% em 2018. Mostrando que o declínio na identidade religiosa é paralelo ao declínio da confiança nos líderes religiosos, segundo mostra a pesquisa feita para a BBC.

A crítica ao islã é proibida por lei no Marrocos, se penaliza o uso de incentivos para que os mulçumanos se convertam em outras religiões. No mês de fevereiro as autoridades fecharam várias mesquitas em diversas cidades porque pertenciam a uma associação sunita que rejeita o rei como líder espiritual e autoridade.

El kaidi destaca que tudo isso tem levado ao aumento de vários ativistas ateus nas redes sociais, afirmando que o problema está na religião em sua e não em outra coisa.

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