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estudos bíblicos

Arrependimento e fé para salvação

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 9 do trimestre sobre “A obra da salvação”

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Mãos em oração. (Foto: Jenny Friedrichs / Pixabay)

A Lição desta semana discorre sobre dois dos assuntos mais importantes do Novo Testamento: arrependimento e fé. Nos próximos três tópicos buscaremos alcançar os seguintes objetivos propostos na Lição: I. Mostrar que o arrependimento, mediante a ação do Espírito é uma mudança essencial para receber a salvação de Deus; II. Explicar que a fé salvífica é um dom de Deus; III. Compreender que o arrependimento e a fé são as respostas do homem à salvação. Leia até o fim este subsídio e seja edificado em nome de Jesus.

I. ARREPENDIMENTO, UMA TRANSFORMAÇÃO DO ESPÍRITO

  • Definição Exegética

Segundo o Dicionário Vine (1), o termo arrependimento no texto grego é “metanoia” (meta – “depois”, implicando mudança” e noeõ – “perceber”, cognato de nous – “mente, o lugar da reflexão moral”). A palavra, quase sempre com significado teológico, fala de uma “reflexão tardia, mudança de mente, arrependimento”. O Dicionário de Teologia Bíblica (2) acrescenta que metanoia (ou a palavra cognata metaoeô) “expressam a completa reorientação da pessoa, embora um verbo que signifique ‘virar’ (epistrephô) também seja usado”.

  • Definição Teológica

Desse modo, podemos apresentar um bom conceito para arrependimento, que envolva tanto uma mudança de mente, quanto uma “virada” ou um “giro” de volta para Deus, nas palavras do teólogo pentecostal Myer Pearlman:

“Arrependimento é uma santa tristeza pelo pecado, seguida de abandono deste. É uma total reviravolta feita pela pessoa que descobriu estar andando pelo caminho errado. É um ato da vontade mediante o qual a pessoa, sob convicção, altera totalmente sua atitude para com Deus e com o pecado” (3)

  • No Antigo Testamento e no Novo Testamento

No Antigo Testamento, o chamado de Deus para o arrependimento está mais ligado às nações do que aos indivíduos, especialmente à nação de Israel, o povo eleito, o povo da aliança com Deus. Sobretudo os profetas foram levantados no meio do povo para chama-lo ao arrependimento, e ao retorno à Deus e à observância de sua Lei, dada por meio de Moisés. Todavia, em ambos os testamentos, vê-se que o arrependimento é demonstrado em contrição de espírito, lamento e pesar pelo erro cometido (Jl 2.12,13; Jr 3.13; Lc 7.37-50; 15.17-20; 18.13,14; 2Co 7.9-10; Tg 4.9-10), sendo seguido pelo perdão generoso de Deus e a alegria da restauração à comunhão com Deus (Sl 51.12; Is 12.1-3; Lc 15.22-24), com a renovação do compromisso de não permanecer naquele erro que ofendeu ao Senhor.

Este é o sacrifício que agrada a Deus, o sacrifício onde há arrependimento genuíno: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17).

O culto que agrada a Deus é aquele onde há arrependimento no coração e mudança de hábitos, onde as boas obras sejam manifestas como frutos deste arrependimento: “Busquem o bem, não o mal, para que tenham vida. Então o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará com vocês, conforme vocês afirmam… Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras. Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!” (Am 5.14,23,34; Conf. Mt 3.8: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento”, ou seja, “Dêem fruto que mostre o arrependimento!”, conforme versão NVI)

Embora hoje a pregação do arrependimento esteja tão ausente em muitos púlpitos evangélicos, visto que foi substituída por pregações pragmáticas, de autoajuda, e centralizadas no alívio momentâneo das aflições humanas em detrimento da bem-aventurança eterna, ou até por verdadeiros shows de Stand Up Comedy (humor gospel), permanece o fato de que o chamado ao arrependimento é a pregação urgente que Deus ordena-nos fazer ao mundo, tal como os profetas, Jesus e os apóstolos tanto fizeram: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (At 3.19; Mt 3.12).

Aos que são moralmente responsáveis diante de Deus, que recebem o chamado do Senhor e que podem responder conscientemente a este chamado, é ordenado, sem exceção, que se arrependam (At 17.30), sob pena de serem condenados em seus pecados caso não o façam (Lc 13.5).

  • O Espírito Santo no arrependimento do pecador

Pearlman pergunta: “De que maneira o Espírito Santo ajuda a pessoa a arrepender-se?”, e em seguida ele oferece uma resposta sucinta, mas satisfatória ao nosso estudo: “Ele a ajuda ao aplicar a Palavra de Deus à consciência, ao comover o coração e fortalecer o desejo de abandonar o pecado” (4).

Jesus disse que o Espírito Santo nos convenceria do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8), e seria ele quem daria testemunho de Cristo em nosso coração (Jo 16.13,14). A resistência ao Espírito Santo priva o pecador da salvação (At 7.51; Hb 3.7,8), devendo este dar consentimento em sua vontade para que a graça de Deus continue nele a operar levando-o a voltar para Deus com fé e arrependimento.

O novo nascimento, é uma operação do Espírito, por isso Jesus declara ao rabino Nicodemos: “Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5). A blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado tão grave que não há qualquer perdão para tal! (Mt 12-31,32). Visto que é o Espírito Santo quem leva o pecador ao arrependimento e quem ilumina sua mente para fazê-lo entender e aceitar o Evangelho de Jesus Cristo, tornam-se impossibilitados de receberem a dádiva da salvação aqueles que recusarem finalmente o seu chamado.

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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