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Estevam Hernandes pode receber unção patriarcal de Renê Terra Nova

Teólogo explica que patriarca não é unção e sim um termo que teologicamente está restrito ao tempo de Abraão

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Entre os dias 12 e 16 de julho acontecerá em São Paulo a Conferência Apostólica 2011, organizada pela Igreja Renascer que terá a presença de outros líderes ministeriais como o apóstolo Renê Terra Nova, apóstolo César Augusto, apóstolo Patrik Isaac, do Canadá, pastor Fadi Faraj, profetisa Eliane Isaac e bispa Sonia Hernandes.

A aproximação entre Estevam Hernandes e Renê Terra Nova fez com que aumentassem os boatos de que ainda este ano o líder da Renascer será ungido como o novo patriarca do Brasil. Essa notícia corre desde dezembro passado quando, durante um culto destinado aos oficiais de sua igreja, Estevam apareceu vestindo uma capa sacerdotal parecida com a de Renê Terra Nova. No dia 31 de dezembro os rumores aumentaram ainda mais quando o líder divulgou que o ano de 2011 será o “Ano Apostólico de Abraão”, o patriarca da fé.

Estevam já vem sendo chamado de “anjo”, “pai”, “paipóstolo” e até mesmo de “patriarca” por bispos e membros da Renascer. Ao que parece Renê Terra Nova fará a consagração de Estevam a Patriarca durante essa conferência.

Procurados pelo Folha Renascer a assessoria da igreja e o próprio apóstolo não quiseram comentar e nem confirmar se esses boatos possuem algum fundo de verdade.

“Patriarca não é unção, é um termo”, diz teólogo

Em entrevista ao Gospel Prime, o teólogo Dorival Guimarães, professor de Teologia do Seminário Teológico Batista Nacional explica que o termo patriarca é empregado para se referir a pai, pai de alguém ou até mesmo à pessoa que é pioneira em alguma coisa.

“Vejamos, por exemplo, o sr. Bill Gates, ele é patriarca de uma empresa, a Microsoft. Outro exemplo seria a Presidente Dilma, ela por ser a primeira será a “matriarca” das demais presidentes”, explica o teólogo.

Sobre as igrejas neopentecostais usar termos como “apóstolos”, “pai”  e “patriarcas” para se referir a seus líderes, Guimarães explica que trata-se de uma interpretação divergente dos textos bíblicos.

“De uma forma geral essas igrejas [neopentecostais] são propagadoras de uma mensagem especial e de particular interpretação dada ao seu “patriarca” ou criador, onde a palavra de seu criador tem mais autoridade que o escrito bíblico, pois ele faz a interpretação.”

O termo patriarca não está errado, se for apenas um nome carinhoso, mas teologicamente esse termo está restrito ao período de Abraão. “O Patriarca é o fundador de algo, no nosso caso um dos ‘patriarcas’ da Convenção Batista Nacional é o Pastor Enéas Tognini, mas trata-se de um nome carinhoso. Teologicamente os patriarcas estão restritos ao período de Abraão. Pais da igreja, são os apóstolos e os que viveram o período da patrística (do século I ao IV).” Explicou o professor do STBN.

Referente ao termo “pai” ou “pai espiritual” o Dorival Guimarães explica que “o ‘pai’ espiritual dos cristãos é a trindade (Deus Pai, Deus filho e Deus Espírito Santo), quando esse termo é utilizado a homens trata-se apenas de um adjetivo carinhoso.”

Ainda de acordo com ele essas termologias criadas por igrejas neopentecostais surgem apenas como uma novidade para arrebanhar membros. “De forma geral as igrejas neopentecostais sempre precisam iniciar uma novidade teológica para arrebanhar membros, pois não usam muito bem a bíblia, justamente por não terem se preparado bem como, por exemplo, num seminário independente ou ligado a uma convenção.”

Fonte: Gospel Prime

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