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estudos bíblicos

A mordomia da igreja local

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 5 do trimestre sobre “Tempo, Bens e Talentos”.

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Homem com joelhos dobrados dentro de igreja. (Foto: Pexels / Pixabay)

II. A mordomia da ação social da igreja

1. A assistência social no Antigo Testamento

Deus que não faz acepção de pessoas (Rm 2.11), que faz justiça ao órfão e à viúva, e que ama o estrangeiro dando-lhe pão (Dt 10.18), sempre demonstrou cuidados para com os necessitados, não raras vezes ordenando aos mais abastados que provessem socorro aos pobres.

Desde a Lei de Moisés vemos o Senhor ordenando à “igreja do Antigo Testamento”, a saber o povo de Israel, que cuidasse dos mais pobres. Por exemplo: quando fosse feita a colheita no campo, os hebreus não deviam fazer uma “limpa geral” na lavoura, mas deveriam deixar para trás feixes de sua colheita para que o estrangeiro, o órfão e a viúva pudessem colhê-los e se alimentarem deles (Dt 24.19). Dos dízimos da colheita ao terceiro ano, os pobres também tinham direito de se alimentarem (Dt 26.12).

Os profetas no Antigo Testamento costumavam confrontar o povo quando este negligenciava o cuidado com os mais pobres. A justiça social é um dos temas predominantes nos livros proféticos. Não adiantava religiosidade sem amor pelo próximo; nem mesmo jejuns prolongados eram aprovados por Deus sem o exercício da misericórdia para com os necessitados (conf. Is 58.3-10).

Você certamente já ouviu o ditado “Quem dá aos pobres empresta a Deus”. Na verdade, esse é um provérbio bíblico, como se pode ver neste versículo: “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o seu benefício” (Pv 19.17). O livro dos Salmos diz assim sobre o homem justo: “Ele espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória” (Sl 112.9). Sobre a mulher virtuosa é dito que ela “Abre a sua mão ao pobre, e estende as suas mãos ao necessitado” (Pv 31.20). Temos sido este homem justo ou esta mulher virtuosa hoje em dia?

2. A assistência social no Novo Testamento

Jesus demonstrou cuidado com os mais pobres tanto vivendo próximo a eles (ele mesmo se fez pobre ao assumir a identidade humana – 2Co 8.9), como pregando o evangelho de salvação a eles e também curando-lhes as doenças (Mt 11.5), e ainda repartindo-lhes o pão para saciar-lhes a fome (Jo 6.1-13).

Os discípulos de Jesus seguiram os passos do Mestre, exercitando o socorro para com os necessitados. Isto se vê na instituição do diaconato na igreja, em virtude da necessidade de socorrer as viúvas crentes (At 6.1-6), e também na deliberação do primeiro concílio da igreja em Jerusalém, quando os missionários foram exortados a quem não esquecessem os pobres por onde passassem (Gl 2.10). Paulo mesmo mobilizou as igrejas em campanhas de arrecadação de suprimentos para outras igrejas carentes (conf. 2Co 8; 9). Havia na igreja em Éfeso um rigoroso programa de assistência social para as viúvas, conforme se vê nos critérios estabelecidos por Paulo em 1Timóteo 5.

Tiago, irmão do Senhor, resume em poucas palavras a verdadeira religião: “A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1.27). De posse desta palavra, façamos uma autoanálise: temos sido verdadeiros cristãos? Vivemos esta religião pura e imaculada que se manifesta no amor ao próximo? O apóstolo João é enfático: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1Jo 3.18).

3. Agindo para glória de Deus e alívio do próximo

Você certamente já ouviu falar numa renomada instituição internacional chamada “Exército da Salvação”, fundada pelo piedoso crente metodista William Booth (que viveu de 1829 a 1912). O seu lema era Sopa, Sabão e Salvação. Por quê? Explico.

Horrorizado pela pobreza e pelo sofrimento experimentado pelas pessoas na época da Inglaterra industrial, William Booth dedicou sua vida a trazer o Evangelho para os marginalizados da sociedade que jamais entrariam em uma igreja e não eram bem-vindos por lá. Aos 15 anos de idade, William orou: “Deus, o Senhor deve tomar tudo que há em William Booth“, e mesmo a resistência da igreja e do governo, o pouco sustento financeiro, ou os cruéis ataques por multidões insatisfeitas, puderam impedi-lo de espalhar a luz do Evangelho através das ruas da Inglaterra, levando alimento (“sopa”), suprimentos de higiene pessoal (“sabão”) e, acima de tudo, a Palavra de Deus aos perdidos (“salvação”).

Atualmente, em toda parte do mundo, o Exército de Salvação do General William Booth opera milhares de centros evangelísticos e de serviço social, transformando inúmeras vidas com o amor de Deus e a coragem de suas convicções. Não deve o zelo do nosso irmão Booth nos inspirar na ampliação de nossas atividades, levando-nos para além das quatro paredes e de quatro cultos semanais? Deus é glorificado em nossas boas obras, não somente em nossas palavras de louvor! (Mt 5.16). Boas obras não fazem pessoas salvas, mas pessoas salvas fazem boas obras.

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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