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A força da gratidão

Ser grato também é andar pela fé, sabendo que Deus está no controlo de tudo

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Fiéis em culto adorando. (Foto: Erika Giraud / Unsplash)

O povo de Deus tem sempre uma palavra de gratidão na sua boca e uma postura agradecida no seu coração. Temos sempre razões para agradecer a Deus. Gratidão é uma atitude de reconhecimento pelas bênçãos recebidas de alguém. Podemos ser gratos a Deus, mas também às pessoas que nos abençoam.

“Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome” (Salmo 100:4).

Deus espera a nossa gratidão. A Bíblia ensina a sermos gratos em tudo: “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (I Tessalonicenses 5:18). Dos salmos às epístolas há uma exortação constante nesse sentido.

Não temos que agradecer por tudo, mas em tudo. Paulo aprendeu a ser grato, mesmo quando as coisas não pareciam favoráveis: “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Filipenses 4:12-13).

Não nos faltam motivos para sermos gratos. A começar pela própria vida, podemos enumerar muitos motivos para agradecer: o propósito eterno de Deus, a salvação, o serviço, o cuidado de Deus, a nossa família, amigos, a igreja, a saúde e a dos nossos queridos, a casa, o trabalho, e tudo o que vai além das necessidades supridas.

Ser grato é o oposto de ser egocêntrico. Quem não sabe agradecer não enxerga o outro, seja ele outra pessoa ou mesmo Deus.

Agradecer é ao mesmo tempo a confissão de que não somos independentes nem autossuficientes.

A gratidão é uma força espiritual. A acção de graças tem poder para mudar atmosferas, ambientes e circunstâncias, manifestando o mover sobrenatural de Deus: “Deleita-te também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração” (Salmo 37:4).

A gratidão activa a provisão sobrenatural. Jesus alimentou milhares de pessoas apenas com poucos pães e peixes: “E, tomando os sete pães e os peixes, e dando graças, partiu-os, e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos à multidão. E todos comeram e se saciaram; e levantaram, do que sobejou, sete cestos cheios de pedaços. Ora, os que tinham comido eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças” (Mateus 15:36-38). Jesus não reclamou por aquilo que não tinha, mas agradeceu pelo que tinha.

Devemos ser gratos mesmo quando sofremos? Porquê?:

  1. Porque o Senhor não ignora o nosso sofrimento: “Tu contas as minhas vagueações; põe as minhas lágrimas no teu odre. Não estão elas no teu livro?” (Salmo 56:8);
  2. Porque Ele diz que oremos e lancemos sobre ele toda a nossa ansiedade: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5:7);
  3. Porque o oposto da gratidão é a murmuração: “Também desprezaram a terra aprazível; não creram na sua palavra. Antes murmuraram nas suas tendas, e não deram ouvidos à voz do Senhor. Por isso levantou a sua mão contra eles, para os derrubar no deserto” (Salmos 106:24-26);
  4. Porque Ele é intrinsecamente bom: “Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre” (Salmos 107:1);

Se não sabemos como agradecer, Deus ensina-nos: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito; abre bem a tua boca, e ta encherei(Salmo 81:10).

A nossa gratidão chega sempre a Deus por meio de Jesus Cristo. A carta aos Romanos simboliza isto, pois inicia com uma acção de graças a Deus por meio de Jesus Cristo: “Primeiramente dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé” (1:8); e termina com uma glorificação do Deus único e sábio por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém” (16:27).

Ser grato também é andar pela fé, sabendo que Deus está no controlo de tudo. Quem é grato, louva. Portanto, se você está grato a alguém, diga isso à pessoa, e se está grato a Deus, louve-o. Declare a sua gratidão a orar, a cantar, a abençoar os outros e a viver de modo a agradar ao Senhor.

Nasceu em Lisboa (1954), é casado, tem dois filhos e um neto. Doutorado em Psicologia, Especialista em Ética e em Ciência das Religiões, é director do Mestrado em Ciência das Religiões na Universidade Lusófona, em Lisboa, coordenador do Instituto de Cristianismo Contemporâneo e investigador.

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