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opinião

A fé imuniza sim!

Não negamos a voz da ciência quando oramos e juntos todos jejuamos pela nação

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Ed René Kivtiz (Peterlevitz / Divulgação)

Desculpe-me, mas tenho que ser no mínimo responsável em refutar a mensagem de alguém que exerce influência sobre um número importante de pessoas na nação. Tinha escrito um texto, mas o achei visceral demais, e com todo respeito ao autor do artigo publicado na revista Veja quero apresentar um contraponto.

O texto de Ed René Kivitz da semana passada com o título “A Fé não Imuniza“, é equivocado. No artigo temos a expressão de um pensamento dualista que beira o gnosticismo. Deus não fez dois mundos, portanto não existe um mundo da fé e outro da ciência, sagrado e secular, céu e terra, matéria e espírito, etc.

O helenismo criou um tipo de mentalidade de pensar entre colchetes. Nicodemos fora helenizado e aprendeu a pensar cartesianamente, com formas, fórmulas e fôrmas, assim não conseguia se mover com o vento, porque dependia de evidência material para se guiar como parâmetro. Jesus disse: “Se vos falo de coisas terrenas e não entendem, não entenderiam se vos falasse das celestiais”.

Os gregos antigos e educados adoravam a razão, o saber. Eles celebravam o falar bem, a retórica, os gestos bem articulados, os argumentos bem expostos. Os judeus, contudo criam. Eles tinham 6 festas e um jejum nacional por onde a vida deles transcorria. Acreditar que Deus os favorecia nas colheitas, não era uma crendice sem sentido. Eles criam que “nada tinham que do céu não fosse dado”.

Que a semente, a terra, a chuva, o sol, a força para trabalhar, a saúde, o vento, a intuição e as ideias têm origem no autor e mantenedor da vida. Lembrem-se: Ele é o Pai das luzes.

Não, senhores e senhoras, não existe um gap entre ciência e fé. Pasteur, Newton, Descartes, Copérnico, Pascoal e tantos outros acreditavam que “rezas e quebrantos” lhes davam sabedoria para descobrir soluções que o mundo precisava. Não há abismos perigosos senão na dicotomia e gnosticismo de discursos e retóricas que só têm como finalidade os aplausos dos homens.

Não existe irracionalidade na fé. Existe sim um elemento transcendente, metafísico e quântico. Não negamos a voz da ciência quando oramos e juntos todos jejuamos pela nação.

Negamos a fé quando roubamos a crença das pessoas simples com discursos rebuscados de piedade aparente, mas que negam O PODER DE DEUS. E a tão falada submissão à autoridade da ciência é senão entregar-se sem questionar aqueles “ungidos e eleitos” que detêm o monopólio da virtude e do conhecimento científico.

Não, amigos, não existe uma corrente científica exclusiva sobre como resolver esta crise. Há muitos que divergem sobre o que é ciência de fato, e muitos que não sabem o que significa a fé de verdade. Pisar nessa seara exige bastante temor.

Tocar no sagrado como uma coisa vil traz consigo muitas perdas. Isso é algo radioativo. Faz-se necessário uma mínima teologia da fé. As Escrituras estão cheias de textos sobre esse assunto.

Deixe-me compartilhar alguns. Paulo, o apóstolo, disse que não vivemos por vista, mas por fé. Outro apóstolo, João, diz que a nossa vitória que vence o mundo é a nossa fé.

Jesus disse a um homem sem forças e cansado de ver seu filho morrendo aos poucos: “tudo é possível ao que crê”. Ora, o justo viverá pela fé e nós combatemos o bom combate da fé, e não há impossíveis para Deus em Suas promessas, e se tivermos fé como um grão de mostarda podemos dizer aos montes que se ergam e se lancem ao mar.

Existem vários estudos que mostram a crença como um instrumento poderoso para ativar ou enfraquecer o sistema imunológico.

Paulo, discorrendo sobre a armadura de Deus, diz para levantarmos SOBRETUDO o escudo da Fé.

A fé é, portanto, proteção, sustento e fortalecimento. Sim, a fé imuniza!

Teólogo, professor universitário, compositor filiado a Abramus, jornalista e escritor de 12 livros.

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