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opinião

A (des)valorização do ser humano

Jesus Cristo é o ponto de equilíbrio absoluto para que reconheçamos no outro o seu verdadeiro valor, independente e acima de ideologias e de relativizações.

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Conforme o tempo passa tem-se a impressão de que o ser humano, ao invés de evoluir em suas reflexões, feitos e realizações, entra para a história como animal que usa de sua racionalidade de forma decadente, “involuindo” para um estado de total alienação da realidade que o cerca.

Cada vez mais, a valoração do ser humano por outro ser humano tem sido escassa, uma vez que os critérios para que isto aconteça dependem, na prática, de como cada pessoa está inserida e participa na sociedade em função da ideologia que fundamenta tal participação. Em outras palavras, a empatia e compaixão humanas dependem sempre de critérios ideológicos para a sua demonstração.

Vários são os exemplos que contemplam a afirmação acima. Na esfera das relações cotidianas o interesse ou comoção pelo sofrimento alheio sempre depende de quem e porquê sofreu. Na bipolarização que marca fortemente a nossa geração, se judeus são mortos por muçulmanos há quem não se importe nem um pouco com isso, contudo, se for o contrário, as mesmas pessoas que outrora não se importaram farão protestos contra os judeus. No recente atentado contra uma igreja batista nos EUA há quem não se importe nem um pouco com isso, mas, se fosse um cristão que tivesse entrado num “espaço secular” e tivesse assassinado algumas pessoas, então o slogan: “a religião é intolerante” não sairia tão cedo dos noticiários e da boca do establishment internacional.

Poderíamos aqui enumerar ainda uma série de critérios: econômicos, étnico-raciais, políticos, religiosos, esportivos (futebol), etc., que abrem um leque para tantos outros subcritérios, a fim de fomentar o sectarismo e o ódio entre as pessoas.

As ações e discursos fundamentados em ideologias A ou B são os efeitos de um cenário de total relativização dos fenômenos oriundos da relação que o homem possui com seu habitat, isto é, com o mundo. Nesta tentativa de total relativização o homem acabou por relativizar a si próprio. Na falta de referências e de padrões absolutos que norteiem o seu modo de ver a vida – e de ser no mundo – ele se lança de forma a não se reconhecer no outro. Pelo contrário, vê no outro alguém que merece a sua imediata admiração ou repúdio a depender dos critérios relativistas expostos anteriormente.

Esta tendência relativista e abjeta de viver a vida, segundo a cosmovisão cristã, é resultado do efeito da queda, ou seja, da total incapacidade de o homem ser bom essencialmente. Entretanto, há um antídoto para este veneno que infectou o coração humano. Deus o disponibilizou gratuitamente à humanidade a um preço muito caro: a vida de seu próprio Filho. Isto é, o próprio Cristo viveu e morreu obedientemente ao Pai, em uma vida sem pecados, para que você possa viver de forma plena, com relacionamentos maravilhosos pautados, não em critérios efêmeros e materialistas, mas no reconhecimento do outro como a imagem e semelhança do Deus criador.

A partir desta premissa não importa qual a ideologia ou a cosmovisão que o outro adota. O que importa é a relevância que o outro possui por ser, assim como você e eu, a coroa da belíssima criação de Deus.

O valor do outro, portanto, deixa ser relativizado e passa a ser patente aos meus olhos, uma vez que o percebo como meu semelhante, um ser igual a mim perante um Deus que governa a sua criação e, através de sua graça, reconhece a todos de forma igualitária. Logo, Jesus Cristo é o ponto de equilíbrio absoluto para que reconheçamos no outro o seu verdadeiro valor, independente e acima de ideologias e de relativizações.

Pense nisso.

Apologista cristão por vocação. Mestrando em Ciências da Religião pela PUC-Campinas-SP. Formado em Filosofia também pela PUC-Campinas-SP e em Teologia pelo Seminário Teológico Batista Independente de Campinas-SP.

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