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estudos bíblicos

A chamada profética de Samuel

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 3 do trimestre sobre “O Governo Divino em Mãos Humanas – Liderança do Povo de Deus em 1º e 2º Samuel”.

em

III. O ministério profético na atualidade

1. O dom da profecia

Deus ainda continua chamando e capacitando outros servos fiéis com o dom de profecia em nossos dias. A antiga promessa do Pai, “derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e os filhos e filhas profetizarão…” (Jo 2.28), continua válida hoje, pois ela é “para todos quantos o Senhor Deus chamar” (At 2.39).

Como foi entre os discípulos em Éfeso, que profetizaram ao receberem o maravilhoso derramamento do Espírito (At 19.6), é comum em nossos dias que os avivamentos espirituais sejam marcados por este Espírito de profecia, que traz aos corações dos crentes revelações divinas e às suas bocas palavras inspiradas para proclamarem aos homens a vontade de Deus.

De tal modo é relevante esse dom para a Igreja que o apóstolo Paulo exorta: “Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de profecia” (1Co 14.1), isto porque “quem profetiza o faz para a edificação, encorajamento e consolação dos homens” (v. 3, NVI).

Mas lembramos que é o Espírito quem reparte esse dom, como ele quer (1Co 12.11), não segundo nossa vontade. Esse modismo que persiste em ficar em muitas igrejas pentecostais, quando cantores ou pregadores dizem “Eu quero profetizar na sua vida”, ou “profetize pro irmão que tá do seu lado” e outras expressões semelhantes, não tem respaldo bíblico nem reflete o ensino bíblico sobre o autêntico dom de profecia. A profecia não é produzida pela vontade humana (2Pe 1.21), logo não existe isso de “eu quero profetizar”, nem de “vamos profetizar uns para os outros”. A profecia é fruto de uma revelação divina (1Co 14.29,30), não de um mero desejo do coração humano.

Basta voltarmos à Samuel: a mensagem contra a casa do sacerdote Eli foi revelada por Deus a Samuel, e não era um desejo do coração do menino, que até mesmo receou em transmitir a mensagem ao sacerdote. Mas quando é Deus que coloca a revelação em nosso coração e as palavras em nossa boca, quer sejam revelações para consolo (1Co 14.31), quer sejam para revelar segredos do coração (v. 25), então devemos proclamar as palavras do Senhor, sem aumentar, nem diminuir.

2. O ministério de profeta no Novo Testamento

A Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD), traz nas páginas 1814 a 1816 um estudo preciosíssimo sobre os Dons ministeriais para a Igreja, baseado em Efésios 4.11. Entre muitas coisas que ali se diz sobre o ministério profético (que não se confunde com o dom de profecia, mas que a ele está relacionado), destaco esses trechos:

A função do profeta na igreja incluía o seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar. (b) Devia exercer o dom de profecia. (c) Às vezes ele era vidente, predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus. Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.

Ressaltamos ainda que “todos podem profetizar” (1Co 14.31), se lhes for concedido o dom de profecia, isto é, a revelação divina e a inspiração para falar esta revelação da parte de Deus para a igreja ou alguém em particular; entretanto, nem todos exercerão na igreja o ministério regular de profeta, com as características acima citadas, pois não foi a todos, mas “a uns” que Deus deu à Igreja como profetas (Ef 4.11). Observe ainda que nem o dom de profecia, nem o ministério profético resume-se a prever ou predizer o futuro; este é um dos aspectos da profecia, mas de modo algum se constitui o único ou o maior objetivo. O que é preponderante na profecia não é a predição, mas a revelação. Ou seja, pela profecia Deus pode estar revelando algo futuro, mas também algo passado ou mesmo presente.

3. Onde estão os profetas

Novamente cito uma porção do estudo supracitado encontrado na Bíblia de Estudo Pentecostal, e que demonstra a importância e necessidade dos profetas de Deus na atualidade, quer seja através do dom de profecia, quer seja pelo contínuo exercício do ministério profético. Leiamos:

Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia. Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça, então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito. Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis.

Conclusão

Tendo o dom de profecia ou não, tendo o ministério profético ou não, sejamos como Samuel: dedicados na obra, submissos às lideranças, e fiéis ao Senhor, para que nosso caráter seja agradável a Deus e nossa reputação entre os homens seja aprovada.

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Referências

¹ Osiel Gomes, Lição 3, 4° Trim/2019, tópico I, ponto 1
² Esequias Soares. O ministério profético na Bíblia, CPAD, p. 27
³ Dicionário Vine, 7° ed., CPAD, p. 249

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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