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estudos bíblicos

A abrangência universal da salvação

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 6 do trimestre sobre “A obra da salvação”

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Homem com joelhos dobrados dentro de igreja. (Foto: Pexels / Pixabay)

2 – O ALCANCE DA OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO 

  • A impossibilidade/incapacidade humana

A cruz não era para quem tinha coragem, mas para quem tinha dignidade! Ou seja, era necessário ser digno de morrer nela em favor dos pecadores. Visto que “todos pecaram” e “não há um justo sequer”, já não importa se havia entre eles homens valentes ou mulheres corajosas, que aceitassem morrer como um mártir pela redenção da raça humana. A questão é: quem era capaz, quem tinha condições, quem passava pelo padrão de qualidade de Deus? Quem podia remir aos seus irmãos? A resposta bíblica é contundente: “Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, nem por ele dar um resgate a Deus, pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus recursos não dariam” (Salmos 49.7,8).

Era impossível ao homem prover sua própria redenção pelo fato de todos os homens serem indignos de atenderem as exigências da justiça de Deus. Deus não exigia cordeiros corajosos, Deus exigia “cordeiros sem defeito” (Nm 6.14)! Corajosos há muitos por aí, inclusive se sacrificando pelas causas mais banais. Todavia, santos e imaculados, somente Deus é! Todos nós não passávamos impuros e todos nossos atos de justiça eram apenas trapos imundo (Is 64.6). Como bem ressalta o teólogo Raimundo de Oliveira,

“De acordo com as Escrituras o homem é um ser totalmente depravado, alienado da glória de Deus e destinado ao castigo divino. Deste modo, por si só, o homem não pode se salvar (…) Não há homem algum que consiga a salvação por seus próprios méritos, uma vez que todos são achados culpados diante de Deus” (4).

A palavra de Deus é clara: “Por isso, ainda que te laves com salitre, e amontoes sabão, a tua iniquidade está gravada diante de mim, diz o Senhor DEUS” (Jr 2.22). Não há sabão nem religião que possa limpar o pecador, a não ser o sangue bendito de Jesus Cristo, o cordeiro santo de Deus! Wesley é preciso: “No coração de todo filho do homem há um fundo inexaurível de maldade e injustiça, enraizado de forma tão profunda e firme na alma que nada, a não ser a graça todo-poderosa, pode curar isso” (5).

  • Cristo ocupou o lugar do pecador

Há um termo de origem latina que expressa bem a nossa substituição na cruz: vicário. Quando dizemos que Jesus fez um sacrifício vicário, estamos dizendo que ele fez um sacrifício substitutivo, ou seja, substituindo-nos, tomando o nosso lugar na cruz. Naquela véspera de Páscoa, em que Jesus foi entregue à morte, estávamos todos representados em Barrabás, o transgressor que deveria morrer. Mas Cristo tomou a cruz em nosso lugar. A despeito de toda trama dos judeus e de toda injustiça de Roma, Cristo foi voluntariamente à cruz. Como ele mesmo disse: “Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la” (Jo 10.18).

Ainda no segundo século, Irineu de Lião já expressava a incapacidade humana e a grade obra expiatória de nosso Salvador nos seguintes termos:

“Sendo impossível ao homem, vencido e decaído pela desobediência, reformar-se e conquistar a palma da vitória, e, por outro lado, por estar em poder do pecado, obter a salvação, o Filho, Verbo de Deus, operou ambas as coisas: ele, que era o Verbo de Deus, desceu de junto do Pai, encarnou-se, rebaixou-se até a morte e assim atuou perfeitamente a economia de nossa salvação” (6).

Há um texto nos Salmos que muito me agrada, sobre o nosso resgate provido pelo próprio Deus: “Quando os nossos pecados pesavam sobre nós, tu mesmo fizeste propiciação por nossas transgressões” (Sl 65.3). Lembra-se das palavras de Abraão ao seu filho Isaque, sob o Monte Moriá: “Deus proverá para si o cordeiro”. Foi exatamente o que aconteceu: visto que éramos indignos da morte vicária, e que um sangue impuro não pode remir a outros impuros, Cristo, ele mesmo fez propiciação por nossas transgressões, tornando-nos favoráveis diante de Deus! Eliú, jovem amigo de Jó, descreve muito bem nossa situação desesperadora antes de encontrarmos o nosso remidor: “Pequei e torci o que era certo, mas ele não me deu o que eu merecia”, mas em seguida ele dá a esperança: “Ele resgatou a minha alma, impedindo-a de descer à cova, e viverei para desfrutar a luz” (Jó 33.27,28). Jesus é o nosso resgatador! Aquele por quem ansiavam os patriarcas e profetas!

Cristo é o nosso cordeiro sem mancha e sem defeito (1Pe 1.19). E assumindo nosso lugar na cruz ele pode satisfazer completamente a justiça de Deus. Visto que Ele é Deus, pode ser para Deus nosso mediador; visto que ele é homem, pode representar-nos, a humanidade, diante de Deus (7).

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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